quinta-feira, 14 de julho de 2011

O que é uma loja maçônica?

Uma loja maçônica é um local especialmente dedicado às reuniões de maçons (do francês, "maçon" = pedreiro).
Nestes locais nada é vendido, pois que este entendimento a respeito do termo "loja" é muito mais recente do que o anterior, que é local de reuniões.
Lojas maçônicas obrigatoriamente contém templos especialmente destinados às reuniões ritualizadas em Maçonaria.
Templos maçônicos não são locais especiais de adoração de um ou outro deus, mas locais onde o Deus de cada coração e de cada compreensão são adorados.
A "adoração" a Deus, para o maçom tem aspectos muito mais práticos do que simplesmente a contemplação, embora esta não seja descartada. "Adoração" para o maçom também tem o sentido prático da construção do templo interior, ou seja, refere-se a uma série de comportamentos, atitudes, pensamentos, leitura, pesquisa, etc, que permiram que cada maçom seja suficientemente bom e elevado para abrigar o Deus de seu coração e de sua compreensão.
Nos templos maçônicos, como dito, ocorrem sessões ritualizadas, ou seja, devidamente organizadas e ordenadas, com início, meio e fim.
Seis são os ritos praticados oficialmente pela Maçonaria Regular brasileira, quais sejam:
  1. Rito Escocês Antigo e Aceito (conhecido por REAA);
  2. Rito Adonhiramita;
  3. Rito Moderno;
  4. Rito de York;
  5. Rito Brasileiro e
  6. Rito Schöeder.
Os ritos maçônicos praticados no Brasil apresentam sensíveis diferenças, inclusive na concepção teísta ou deísta da divindade, com impactos bastante radicais na forma da condução das sessões.
As lojas maçônicas, no passado como atualmente, foram grandes, senão os únicos, pólos de concentração da liberdade de pensamento e expressão e os focos de grandes avanços sociais e políticos.
No Brasil, por exemplo, foi no interior de uma loja maçônica que primeiramente em grupo se decidiu pela abolição da escravatura.
Uma loja maçônica, portanto, não é local para o exercício desta ou daquela religião em especial, mas um lugar de confraternização, de expressão e de desenvolvimento íntimo.
É um lugar de grande respeito por todas as convicções, por todas as etnias, por todas as compreensões.

quarta-feira, 13 de julho de 2011

Há realmente motivo para se esconder?

A vida do maçom do passado remoto foi o trabalho árduo nas construções para atender os anseios expansionistas de uma religião que mais e mais se irraigava como complemento, e por vezes coluna mestra, dos Estados monárquicos europeus.
Lindas, magestosas e ricas catedrais foram construidas pelos nossos antepassados pedreiros (maçon, em francês) para que servissem de morada de Deus.
O segredo permeava os trabalhos intelectuais e braçais dos pedreiros de então, uma vez que o domínio exclusivo daquela arte garantia "direitos" inimagináveis aos demais súditos.
O "maçon" ia e vinha sem dar satisfação aos senhores feudais, a salvo de suas tiranias graças à proteção papal. Buscava o lugar onde o trabalho se apresentasse, estipulando o próprio salário e mantendo-se isento de impostos e exorbitâncias das classes dominantes de então, graças ao sigilo que mantinha a respeito dos segredos da verdadeira arte de construir, dominada por poucos.
Como mostra a história, a parceria entre as "guildas" maçônicas e a igreja um dia teve um final.
Ao cabo da necessidade de verdadeiros "maçons" para construir as grandes catedrais, no passado foram eles classificados como inimigos dos Estados e do clero.
Esconderam-se os "maçons", não sem antes abrir as portas dos seus lugares de reunião para nobres, pensadores, pesquisadores, cientistas e outras grandes mentes.
Foi a transformação da Maçonaria dita operativa em especulativa, intelectual, perscrutacional.
O foco mudou com o tempo e a construção do templo para Deus deixou de ser externa para ser interna de cada "maçon".
Novas perseguições se seguiram, inclusive durante a segunda guerra mundial e mesmo após.
"Maçons" intelectuais, "maçons" filósofos, "maçons" cientistas foram perseguidos, presos e mortos pela sua busca pela verdade, mas em todos os tempos eles, os "maçons", deixaram suas marcas na evolução social e humana, especialmente quando adotaram para si o lema da Revolução Francesa, "liberdade, igualdade e fraternidade", cujos conceitos somados resultam em DEMOCRACIA.
No passado, mesmo quando muito havia a proteger pelo ocultamento, diversos "maçons" trabalharam claramente pelo sadio caminhar da sociedade.
E hoje? Há motivo para ocultar-se? Não há lugar para o bom orgulho de nossos trabalhos passados?